SÃO PAULO — Sindicatos dos bancários decidiram, nesta segunda-feira, manter a paralisação do setor, que já dura 19 dias. Em assembleias, a categoria rejeitou a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na última sexta-feira, de 0,97% de aumento real (equivalente a reajuste de 7,1%). O Comando Nacional dos Bancários já enviou à Fenaban um documento reafirmando “a necessidade de os bancos apresentarem uma nova proposta que de fato atenda às reivindicações econômicas e sociais” dos empregados.
O pleito de aumento na Participação de Lucros de Resultados (PLR) para o equivalente a três salários mais R$ 5,5 mil não foi contemplado. De acordo com a Fenaban, “será mantida a mesma fórmula de participação nos lucros, com correção dos valores fixos e de tetos em 10%”.Os sindicatos dos trabalhadores reivindicam 11,93% de reajuste (equivalente a aumento real de 5%). Além disso, pela proposta dos bancos, o piso salarial para os caixas das agências chegaria a R$ 2.209,01 para jornadas de seis horas. Os empregados pediam que com o reajuste o piso chegasse a R$ 2.860,21, que é o salário mínimo do Dieese.
— O lucro dos bancos nos últimos sete anos cresceu 120%, isso representa alta de 55% acima da inflação. Propor aumento real abaixo de 1% não é aceitável. Além disso, a proposta não dialoga com questões fundamentais, como melhores condições de trabalho. Outras categorias com lucro menor tiveram aumento real maior nesse semestre — criticou Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que já votou a manutenção da greve no fim da tarde desta segunda-feira.